Inteligência Artificial e Machine Learning são aliados dos transportadores na gestão de riscos no transporte de cargas

Com eles, é possível detectar ameaças de ocorrências de sinistros durante as viagens e receber alertas em tempo real, possibilitando a adoção de medidas preventivas, o aumento da segurança e a redução de gastos com a gestão desses eventos

A Inteligência Artificial (IA) e o Machine Learning têm gerado possibilidades surpreendentes para a gestão de riscos no transporte de cargas por detectarem ameaças e probabilidades de ocorrências nas viagens por meio de softwares e algoritmos, alertando as transportadoras e suas centrais em tempo real. Ao identificar padrões ou situações que frequentemente levam a acidentes, roubos e outros sinistros no itinerário, a tecnologia propõe medidas preventivas e o desvio de trajetos de elevada vulnerabilidade. Dessa forma, é capaz de aumentar a segurança e gerar economia relacionada a custos associados à gestão dessas ocorrências.

Por todas essas prerrogativas, os serviços que se baseiam em IA e o Machine Learning podem ser considerados hoje indispensáveis a transportadores de pequeno, médio ou grande portes. “Em diversas ocasiões de risco, essas empresas e suas centrais se veem obrigadas a tomar decisões muitas vezes baseadas em inúmeros alertas dos sistemas de rastreamento, mas, agora, com as soluções inteligentes e automatizadas fornecidas por softwares, é possível lidar de forma assertiva e ágil com possíveis sinistros”, explica Ricardo Monteiro, diretor de Gestão de Riscos da Pamcary.

Embora as decisões humanas também sejam embasadas em dados estatísticos, com a IA, os algoritmos já estão programados para dar respostas mais assertivas tanto para a Torre de Operações Pamcary como para o transportador, ajudando-o na redução de margens de erro.

Hoje a Pamcary atua de forma intensa para identificar viagens com maior potencial de risco de acidentes ou roubos. A Área de Conhecimento e Inteligência da empresa desenvolve softwares e algoritmos com base em dados de todas as viagens que controla e monitora sistematicamente há quase três décadas. Isso torna o indicador de certeza cada vez mais elevado. “Gerenciamos aproximadamente 6 milhões de viagens por ano e atendemos mais de 6 mil sinistros nesse período, o que nos possibilita conhecer todos os históricos do que, como, onde, quando, quem e por que algumas viagens são mais vulneráveis e têm maior potencial de risco que outras – nossa precisão é de 96%”, explica Monteiro.

Ao optar por uma gestão de riscos apoiada em IA, o transportador consegue obter um plano de viagem em que pode identificar as regiões e os produtos com maior probabilidade, número e tipos de acidentes e roubos. A Pamcary levanta mais de 150 informações de um sinistro e todos esses componentes ajudam a equipe a trabalhar em favor de um poder decisório muito mais rápido e ágil.

Entenda o monitoramento na gestão de riscos

Os algoritmos de IA da Pamcary são gerados por softwares que apoiam a Torre de Operações, que funciona como um centro provedor de dados aprimorados para controlar e atuar sobre riscos logísticos, prevendo qualquer tipo de ameaça durante as viagens e antecipando ações de neutralização. Mensalmente, cerca de 500 mil viagens são administradas pela Torre por todo o país, mas somente aquelas que a IA aponta probabilidade de ocorrência de sinistro precisam ser controladas e observadas.

Toda a inteligência digital e preditiva permite uma melhor tomada de decisão, com muita agilidade e precisão, o que é fundamental num processo de gestão de riscos, pois a utilização ou não de recursos adicionais aos inicialmente previstos gera um aumento substancial nos custos do transporte.

“Ao dispor de elementos para conhecer os sinistros em todo o território nacional, que permitem evitar o uso complementar de outras ferramentas e, ainda assim, impedir um evento, a Torre da Pamcary dispõe de um poder de resolução substancialmente superior, fazendo com que os recursos tenham redução de até 60% nos custos adicionais de proteção, como exemplo, acionamento de ‘Pronta Resposta’ para saber se uma situação de forte suspeita é um evento que se confirma”, detalha Monteiro.

Uma viagem que sai de Curitiba com destino ao Estado do Mato Grosso, em que o caminhão cruza o interior de São Paulo, tem uma probabilidade bem menor de sinistralidade em comparação à que passa, origina-se ou tem como destino as principais capitais do Sudeste, região brasileira com histórico de 70% a 80% das ocorrências. De acordo com Monteiro, essa é uma probabilidade baseada no histórico da Pamcary, que utiliza a IA para entender o comportamento dos riscos, seus fatores contribuintes e as causas. “Isso dá um grau elevado de assertividade, muito diferente do observado no mercado de gestão de riscos”, complementa.

Na prática, se a Torre de Operações estiver monitorando 800 viagens num dado momento, 794 transcorrem dentro da normalidade e somente de 4 a 6 geram algum tipo de alerta de risco. A Inteligência Artificial vai identificar os alertas e a posição do veículo no itinerário com base num “mapa digital de calor” que contém diferentes graus de risco, o que fará com que a Torre interaja com a Central de Monitoramento da Transportadora e seu motorista, tratando as situações de risco observadas durante a viagem naquelas regiões com alta incidência de sinistros.

Por meio do histórico de eventos do mapa de calor, a IA sugere onde o motorista pode parar com segurança. “Temos mais de 5 mil postos avaliados pelas estradas brasileiras. Mas, se um deles tiver algum tipo de ocorrência, o sistema automaticamente o exclui dos planos de viagem durante um determinado período, até que sejam conhecidas todas as circunstâncias da ocorrência daquele evento, bem como tem um trabalho de melhoria contínua junto a esse local de parada”, diz Monteiro.

“Ao dispor de elementos e informações atualizadas online para conhecer os sinistros em todo o território nacional – e que permitem evitar o uso complementar de outras ferramentas e ainda assim evitar o evento –, a Torre da Pamcary possui um poder de resolução imediato substancialmente superior, fazendo com que os recursos de proteção aplicados no transporte de carga melhorem instantaneamente e continuamente, sem custos adicionais para o transportador”, assinala Monteiro.

Autora:

Eliana Zani

Fonte: Jornal Tribuna

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