Caminhoneiros estão entre os principais agentes para o abastecimento da população em períodos de calamidade e merecem ser mais reconhecidos e valorizados
O transporte rodoviário de cargas é altamente representativo no Brasil e ganha ainda mais importância em momentos de crise. Ele desempenha um papel crucial ao minimizar o impacto de tragédias e pandemias, ajudando a evitar o caos e a garantir o abastecimento da população. Tanto nos anos de pandemia de covid-19, período em que a movimentação de cargas rodoviárias despencou 30%, quanto nesse período trágico que o Rio Grande do Sul atravessa, quem mais tem colaborado para abastecer as cidades da região é o transporte por meio dos caminhoneiros, por ter dinamismo e versatilidade para chegar próximo dos locais de abastecimento da população, levando alimentos, medicamentos e qualquer tipo de assistência. Contudo, esses profissionais estão cada vez mais desmotivados em continuar na atividade. De acordo com dados do Registro Nacional de Condutores Habilitados, fornecidos pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), em dez anos, houve uma redução de 1,1 milhão de motoristas. Em 2013, o Brasil contava com 5,5 milhões e, em 2023, essa quantidade despencou para 4,4 milhões, o que representa uma queda de 20%.
“Entre os fatores que têm tornado a profissão menos atrativa estão remuneração inadequada e falta de segurança nas estradas. Em 2010, eles ganhavam em média de cinco a seis salários mínimos e, atualmente, recebem em média de dois a três salários”, observa Ricardo Monteiro, diretor de Gestão de Riscos da Pamcary. Ou seja, se a renda era um bom motivo para o caminhoneiro incentivar seu filho a enveredar pela profissão, diante da atual realidade, ela se tornou desestimulante. O cenário preocupa porque, sem motivação, o transporte rodoviário de cargas pode colapsar daqui a alguns anos por falta de profissionais.
Por isso, Monteiro acredita que o setor precisa ouvir mais esses profissionais e entender suas dificuldades para planejar e desenvolver programas voltados para a valorização, segurança e bem-estar. “Mais de 60% de tudo o que é transportado no Brasil é feito por meio do modal rodoviário e por motoristas autônomos, o que mostra o quanto essa categoria é pujante, resiliente e representativa para o setor”, reitera.
A parceria com os caminhoneiros é fundamental
Atualmente, a Pamcary tem construído parcerias para ajudar a vida do caminhoneiro a se tornar melhor. Desde o estabelecimento de pontos de parada seguros, essenciais para o motorista se alimentar, descansar e trocar experiências com os colegas, até o acompanhamento da probabilidade de possíveis riscos nos itinerários, o caminhoneiro deve ser alvo permanente de atenção.
A Pamcary enxerga esse profissional como um embaixador da estrada, porque ele representa empresas, marcas, percorre milhares de quilômetros de rota e deve ser bem recebido aonde quer que chegue. Além disso, a empresa é mantenedora do Programa VIDA (Valorizando Indivíduos, Diminuindo Acidentes), uma iniciativa do Instituto Cuidando do Futuro (ICF) que visa potencializar a direção segura aos motoristas diante dos impactos gerados por acidentes.
De acordo com Monteiro, a perspectiva profissional tende a melhorar por meio de campanhas e investimentos em valorização profissional dos motoristas, além de programas de estímulo para jovens e mulheres que garantam melhores condições de trabalho, remuneração adequada e plano de carreira atrativos.
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